Um poema baseado na teoria psicanalítica de Mélanie Klein
Obra: "A Mãe e o Filho" de Gustav Klimt (1905)
Natureza Mãe e Filho
Em sua aflição,
Contida num pequeno corpo,
Ainda sem coesão,
Enrola-se e chupa o dedo,
A criança pequena,
De muito tem medo.
É um medo inconsciente
De quem sabe ter muito a perder,
A iniciar pelo acolhimento da mãe,
Que com o tempo vem a decrescer.
Depois do acolhimento simbiótico,
Da fusão com a mãe,
Inicia-se a separação,
Num ambiente nada amniótico,
Faz-se necessária a individuação.
Também a angústia de não nos sabermos completos,
Para quem já experimentou aquele incondicional afeto.
Nenhuma conexão garantida,
Há muitas mentes divergentes,
Embala-se à deriva.
Mas a reconciliação não mente,
Da posição esquizo-paranóide,
Alcança a melancólico-depressiva
E com ela,
As condições de se saber UM na vida.
Conforme se cresce vêm novos desafios,
Explorações e conhecimentos,
Mas de cada alento intelectual,
Torna-se mais difícil o riso.
Pois quem come de um fruto do conhecimento,
É sempre expulso de algum paraíso.
Queremos retornar,
Buscar o conforto da união.
Alguns em Deus,
Outros na Fraternidade,
Outros em Romances,
Numa nova genialidade.
Mas o que toda alma humana busca é fundir-se e não ter de viver na dualidade.
Apenas fluir,
Além do bom e do mal,
Da morte e da vida,
Como uma divindade,
Deixar um legado eterno na mortalidade.
E uma vida feliz,
Repleta de encontros nos quais a separação foi reduzida,
Assim a curar,
A inicial ferida.
Ana Lúcia Martins Senise
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